Exemplos de uso de técnica imitativa a duas vozes no século XVI

Estes são outros dois exemplos do uso de técnica imitativa, também por vezes referida como técnica de paráfrase, a duas vozes (clique em cima da indicação do compositor para ouvir):

[1] De Orlande de Lassus (1530/2 - 1594)




[2] De Tomás Luis de Victoria (1548 - 1611)

Correcção da Prova de Aferição realizada no dia 18/04/2009 (2.º ano)

A cópia do enunciado desta prova de aferição realizada por força da Lei n.º 3/2008, de 18 de Janeiro, referente ao Estatuto do Aluno dos Ensinos Básico e Secundário, conjugada com as disposições incluídas sobre o mesmo no Regulamento da EMCN, pode ser obtida clicando na seguinte imagem:




[1] Análise harmónica do seguinte excerto retirado de um Coral harmonizado por J. S. Bach:


***Sol M: Ia | Via Iiia IVa Va7| Via Va Ia Va | Iiia IVb Ia Vb | IVb IVa7 Va Va7 | Ia ||


[2] As respostas certas neste grupo são as seguintes:
  1. (c)
  2. (b)
  3. (a)
  4. (d)
  5. (a)
  6. (a)
  7. (c)
  8. (a)
  9. (a)
  10. (d)

Exemplo de Técnica de Paráfrase a Três Vozes

No período áureo do Renascimento musical, durante o Século XVI, a generalidade da música, associada aos modelos sancionados pela contra-reforma Católica, era estruturada com base em técnicas imitativas, algo que já tinha começado a ganhar ênfase pelo menos desde a geração de Josquin des Prez, nos finais do Século XV. É este tipo de técnica que aqui designo genericamente por Técnica de Paráfrase, uma vez que os fragmentos rítmico-melódicos, que vão ser imitados, são muitas vezes baseados em pequenos fragmentos melódicos retirados do Canto Gregoriano. Assim, ao contrário do exemplo anteriormente mostrado neste blog -- em que temos uma estrutura a três vozes construída sobre um Cantus Firmus baseado numa melodia gregoriana, mas usando uma técnica de contraponto rigoroso --, iremos agora ter pequenos fragmentos melódicos, também baseados numa outra melodia gregoriana, mas desta vez usados na construção de uma estrutura imitativa a três vozes. Assim, com base na seguinte melodia gregoriana:



Construí os seguintes motivos rítmico-melódicos que serviram de base para tecer toda a estrutura musical.

  • Secção A [Soprano e Baixo]

  • Secção A [Tenor]


  • Secção B [Soprano, Tenor e Baixo]


  • Secção C [Soprano e Baixo]


  • Secção C [Tenor]


  • Secção D [Soprano, Tenor e Baixo]


Cada uma das quatro secções construídas usa um único motivo -- em duas delas, com pequenas alterações numa das vozes com vista a facilitar o seu encaixamento na estrutura harmonia utilizada --, recorrendo exclusivamente a uma técnica de carácter imitativo. Desta forma, com base neste material, construí o seguinte Ave Maris Stella:



Observe com atenção o exemplo acima apresentado, tentando compreender os diversos aspectos técnicos possíveis de observar na escrita deste pequeno trecho a três vozes. Repare que o ritmo utilizado, em cada uma das três vozes, é na realidade de quinta espécie.


Contraponto Rigoroso: Mistura de Duas Quintas Espécies a Três Vozes

O exemplo que de seguida apresento corresponde a uma realização, a três vozes, de um contraponto rigoroso com mistura de duas quintas espécies nas duas vozes superiores, onde o Cantus Firmus contém a melodia retirada do Canto Gregoriano. Por simplicidade de concepção estrutural, as quatro secções em que o Cantus Firmus se subdivide correspondem às quatro divisões da própria melodia gregoriana usada como base do mesmo. Ouça este Chorus Angelorum.

Música Vocal do Século XVI