Elementos analíticos sobre o ano lectivo de 2008/09

Procurando sumariar alguns elementos quantitativos referentes às minhas turmas de 1.º e 2.º ano de Análise e Técnicas de Composição leccionadas na Escola de Música do Conservatório Nacional durante o ano lectivo de 2008/09, há a salientar os seguintes indicadores gerais:
  • Total de turmas leccionadas: 7 (quatro do 1.º ano e três do 2.º ano);
  • Total de alunos inscritos no início do ano lectivo: 28 (dezasseis do 1.º ano e doze do 2.º ano);
  • Total de alunos com aproveitamento no 3.º período: 21 (onze do 1.º ano e dez do 2.º ano);
  • Taxa global de aprovação: 75% (69% no 1.º ano e 83% no 2.º ano);
  • Reprovações por anulação de matrícula: 5 (quatro no 1.º ano e uma no 2.º ano);
  • Reprovações por excesso de faltas (todas ocorridas durante o 1.º período): 2 (uma no 1.º ano e outra no 2.º ano).
Relativamente às correlações obtidas entre as diversas classificações quantitativas obtidas em provas escritas de avaliação e em final de período, por ano da disciplina, são as seguintes:
  • 1.º ano
1.º Teste/1.º Período: 0,98 (97%);
2.º Teste/2.º Período: 0,96 (92%);
3.º Teste/3.º Período: 0,90 (81%);
Média dos Três Testes/3.º Período: 0,97 (93%).
  • 2.º ano
    1.º Teste/1.º Período: 0,99 (98%);
    2.º Teste/2.º Período: 0,97 (94%);
    3.º Teste/3.º Período: 0,93 (86%);
    Média dos Três Testes/3.º Período: 0,99 (98%).

    Conclusões finais:
    1. Todas as reprovações acima consideradas se deveram exclusivamente a desistência de frequência da disciplina por parte dos alunos.
    2. Alguns alunos, ao desistirem da frequência desta disciplina, optam por deixar de a frequentar sem anularem a respectiva matrícula, sendo esta a razão para a ocorrência de duas reprovações por excesso de faltas no 1.º período.
    3. As classificações dadas no final de cada período acompanham de perto os elementos escritos de registo de avaliação utilizados.

    Correcção da Prova de Avaliação (2.º ano)

    [1] Relativamente à prova de avaliação do 3.º período existem dois enunciados distintos, diferindo os mesmo quanto ao primeiro e terceiro grupo de questões efectuadas. Assim, relativamente ao enunciado A, a análise harmónica do Coral apresentado neste primeiro grupo, é a seguinte:
    Lá m: ia Vb ia ia | [Lá m/Dó M] ia/via Va Ia Ia | [Dó M/Lá m] Ia/IIIa ia {IVb7 + Vb7FO} ia | iib7 Va Ia _ | [Lá m/Ré m] Ia/Va Vb/a ia ↓VIa | iib/a Va Ia [Ré m/Dó M] Ia/IIa | Va Vb/a Ia via | iib/a7 Va Ia [Dó M/Lá m] Ia/IIIa | ↓VIa iva Vb ia | IIb7 Va Ia _ ||
    Relativamente ao enunciado B, esta mesma análise harmónica passa a ser a seguinte:
    Fá M: Ia | Ia Vc7FO Ib Ia | IVa Va Ia Ia | via IVa Ib via7 | Vc7FO Ib [Fá M/Ré m] Va/↓VIIa Vb | ia [Ré m/Fá M] ib/a/vib/a iia via | iib Va Ia :| Ia | [Fá M/Sol m] Vc7FO/via iic7 IIIb IIb9FO | Va Va7 [Sol m/Fá M] ia/iia Ib | IVa Va via Ia | Va _ Ia ||
    Observações:
    1. As análises harmónicas aqui apresentadas possuem algumas alternativas pontuais que terão de se considerar também correctas, como é o caso, por exemplo do que acontece no terceiro tempo do terceiro compasso do Coral apresentado no enunciado B, onde se pode analisar quer um acorde de tónica na primeira inversão -- em que o sol na voz de contralto funciona como um retardo que substitui a fundamental deste acorde --, quer um acorde de mediante de sétima no estado fundamental.
    2. Dada a complexidade de alguns acordes, a análise acima apresentada nem sempre reflecte da forma mais adequada todas as características intervalares de alguns acordes mais complexos, com especial enfase para os acordes com quinta diminuta ou aumentada.

    [2] Este grupo é idêntico em ambos os enunciados desta prova, sendo as respostas correctas às perguntas efectuadas, as seguintes:
    1. A secção referida é a exposição da fuga.
    2. A secção referida é a primeira reexposição da fuga.
    3. A secção referida é o primeiro episódio da fuga.
    4. As tonalidades referidas são as seguintes: (a) Sol m; (b) Dó m; (c) Mib M; e (d) Fá m.
    5. Trata-se de uma fuga para órgão de Johann Pachelbel.

    [3] Quanto ao terceiro grupo constituído por um total de vinte e duas questões objectivas (i.e., de resposta múltipla), temos a seguinte solução:

    1. (b)
    2. (d)
    3. (c)
    4. (a)
    5. (d)
    6. (b)
    7. (d)
    8. (d)
    9. (a)
    10. (b)
    11. (a)
    12. (d)
    13. (d)
    14. (b)
    15. (a)
    16. (c)
    17. (c)
    18. (c)
    19. (c)
    20. (b)
    21. (b)
    22. (a)
    1. (c)
    2. (a)
    3. (d)
    4. (c)
    5. (d)
    6. (a)
    7. (d)
    8. (d)
    9. (a)
    10. (c)
    11. (a)
    12. (d)
    13. (d)
    14. (b)
    15. (a)
    16. (c)
    17. (c)
    18. (c)
    19. (c)
    20. (b)
    21. (b)
    22. (a)

    Correcção da Prova de Avaliação (1.º ano)

    [1] Relativamente à prova de avaliação do 3.º período existem dois enunciados distintos, diferindo os mesmo quanto ao primeiro grupo de questões efectuadas sobre uma partitura em anexo. Assim, quanto a prova do enunciado A, temos a seguinte resolução:
    1.
    A estrutura formal da obra em anexo é a seguinte:
    1 a 19 a O magnum mysterium, et admirabile sacramentum Sol [Polifonia Imitativa]
    19 a 28 b ut animalia viderent Dominum natum Sol [Homofonia]
    28 a 39 c iacentem in praesepio Sol [Polifonia Imitativa]
    40 a 48 d1 O beata Virgo, cuius viscera meruerunt Si b [Homofonia]
    48 a 53 d2 portare Dominum Iesum Christum Sol [Polifonia Livre]
    53 a 67 e1 Alleluia Sol [Homofonia]
    67 a 74 e2 Alleluia Sol [Polifonia Imitativa]

    2. A secção referida é uma secção composta.

    3. O ½ tactus corresponde à semínima.

    3. A obra em referência é o motete O Magnum Mysterium de Tomás Luís de Victoria.

    Quanto à prova do enunciado B, temos relativamente a este primeiro grupo de questões a seguinte resolução:

    1. A estrutura formal da obra em anexo é a seguinte:

    1 a 15 A

    1 a 6 a Tu es Petrus, et super hanc petram Sol [Homofonia]
    7 a 12 a Tu es Petrus, et super hanc petram Sol [Homofonia]
    12 a 15 a' et super hanc petram Sol [Homofonia]

    15 a 32 B

    15 a 20 b aedificabo ecclesiam meam[Homofonia]
    20 a 24 b aedificabo ecclesiam meam[Homofonia]
    24 a 32 b' aedificabo ecclesiam meam[Polifonia livre]
    32 a 40 C

    32 a 40 c et portae inferi[Polifonia imitativa]

    40 a 51 D

    40 e 41 d non praevalebunt[Homofonia]
    41 a 43 d non praevalebunt[Homofonia]
    43 a 47 d' non praevalebunt adversus eam[Homofonia]
    47 a 51 d' non praevalebunt adversus eam[Homofonia]
    51 a 84 E

    51 a 53 e et tibi dabo[Polifonia imitativa]
    53 a 55 e et tibi dabo Sol [Polifonia imitativa]
    55 a 59 f claves regni caelorum Sol [Homofonia]
    59 a 62 f claves regni caelorum Sol [Homofonia]
    62 a 71 e'' et tibi dabo[Polifonia imitativa]
    71 a 74 f claves regni caelorum[Homofonia]
    74 a 78 f' claves regni caelorum Sol [Homofonia]
    78 a 84 f claves regni caelorum Sol [Homofonia]

    2. A secção referida é um contraponto duplo.

    3. O ½ tactus corresponde à semínima.

    3. A obra em referência é o motete Tu es Petrus de Giovanni Pierluigi da Palestrina.


    [2] As respostas correctas, em ambos os enunciados A e B, são as seguintes:

    1. (c)
    2. (b)
    3. (d)
    4. (a)
    5. (d)
    6. (d)
    7. (a)
    8. (c)
    9. (d)
    10. (d)
    11. (a)
    12. (c)
    13. (d)
    14. (b)
    15. (a)
    16. (c)
    17. (a)
    18. (d)
    19. (c)
    20. (a)
    21. (b)
    22. (c)
    23. (b)
    24. (b)
    25. (c)
    26. (b)
    Obs! A questão n.º 7 deste segundo grupo é aquela que terá o maior índice de dificuldade em todas as vinte e seis questões que compõem este grupo. De facto, a resposta correcta é aquela que afirma que "todos os intervalos maiores do que a terceira maior deverão por regra ser compensados", uma vez que, não sendo esta afirmação a norma em si que define a obrigatoriedade de compensação de tais intervalos melódicos (ver alínea j, página 3, das Normas Gerais de Contraponto), esta é verdadeira face à mesma.

    Enunciado das Provas de Avaliação (3.º Período)

    Para o total das sete turmas leccionadas, elaborei quatro enunciados diferentes para a prova de avaliação do 3.º período deste ano lectivo de 2008/09, dois para o primeiro ano e dois para o segundo. Estas provas quatro têm simultaneamente uma vertente relativa aos objectivos e conteúdos abordados neste 3.º período, bem como um carácter mais globalizante relativamente a todo o ano lectivo. Assim, coloco de seguida à disposição de todos os interessados os referidos enunciados, indo apresentar a respectiva resolução dos mesmos em tópicos à parte para cada um dos dois anos da disciplina de Análise e Técnicas de Composição aos quais os mesmos respeitam.

    1.º Ano

    2.º ano