Prova Global 2009/2010 (1.º e 2.º anos)

1.º Ano
  • Completar um trecho a três vozes usando técnica de paráfrase, preenchendo os espaços em branco. Os excertos a serem completados incluem: imitações, cadências, harmonia e texto.
  • Responder sucintamente a quatro questões abertas efectuadas relativamente a uma partitura em anexo referente ao período da contrarreforma (Século XVI).
  • Responder a um total de vinte questões objectivas -- i.e., de escolha múltipla com quatro opções de resposta --, efectuadas sobre as seguintes áreas de concentração temática: normas de contraponto (55% das questões), canto gregoriano (20% das questões) e outras (25% das questões).

2.º Ano
  • Completar a harmonização de um Coral, preenchendo os espaços em branco.
  • Realizar a análise harmónica de um outro Coral.
  • Responder a um total de vinte e duas questões objectivas -- i.e., de escolha múltipla com quatro opções de resposta --, efectuadas sobre as seguintes áreas de concentração temática: harmonia e linguagem tonal (73% das questões) e formas musicais (27% das questões).

Obs! Nas questões objectivas serão penalizadas as respostas erradas. É ainda de referir que a não realização desta prova global implicará numa mais que provável reprovação de ano nesta disciplina.

A Música Renascentista na Contrarreforma do Século XVI

Na sequência da Reforma Protestante, iniciada por Martinho Lutero a partir de 1517 com a publicação das suas 95 teses, irá surgir a Contrarreforma, também denominada de Reforma Católica que, na sua essência, reafirma os dogmas atacados pela Reforma Protestante. O seu acontecimento central vai ser a convocação do Concílio de Trento pelo Papa Paulo III, entre 1545 e 1563.
Apesar de não ser este um aspecto central à sua acção -- o qual decorre antes da reforma da liturgia então efectuada --, vai emanar deste Concílio a afirmação de um estilo renovado ao nível da escrita musical litúrgica, a qual, mantendo a sua característica polifónica, deverá dar primazia à palavra e não aos elaborados mecanismos musicais ligados à imitação e à complexidade de texturas que daí poderão ser resultantes e que caracterizaram em parte a música da geração de polifonistas de entre finais do Século XV e princípios do Século XVI.
Dois dos compositores que se destacam neste período, na escrita deste gênero musical litúrgico, são Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594) e Tomás Luís de Victoria (1548-1611). Em terras de sua majestade, William Byrd (1543-1623), católico praticante no reinado protestante da Rainha Elizabeth I, e apesar de também ter trabalhado para a Igreja Anglicana, foi um continuador deste estilo musical litúrgico normalmente associado à Reforma Católica.
Aqui ficam, pois, alguns exemplos musicais deste período de entre meados e finais do Século XVI, numa Europa marcada por profundas divisões religiosas que irão agudizar conflitos entre estados e que reflectem a luta de poder existente entre visões diferentes de uma só fé em Jesus Cristo.

Giovanni Pierluigi da Palestrina, Stabat Mater


Giovanni Pierluigi da Palestrina, Tu es Petrus


Tomás Luís de Victoria, O magnum mysterium


Tomás Luís de Victoria, Missa «O magnum mysterium»: Kyrie


Tomás Luís de Victoria, Missa «O magnum mysterium»: Agnus Dei


William Byrd, Mass for five voices