No presente artigo discuto alguns aspectos relacionados com o uso de cifras harmônicas aplicadas à análise harmônico-funcional, colocando a hipótese de que a uma linguagem confusa tende a corresponder um pensamento confuso. Assim sendo, haverá a necessidade de se tornar independente os aspectos que na referida cifra representam a função tonal, as alterações à estrutura intervalar base da tríade, o uso de eventuais notas adicionais como a sétima e a nona, e a inversão em que a mesma se encontra, tendo em vista o clarificar e o objetivar da compreensão da harmonia tonal. Indo procurar falsear a referida hipótese com recurso a uma perspectiva vinda da linguística, dado estarmos perante uma relação signo – i.e., cifra harmônica – e significante – i.e., função harmônica percepcionada –, chego à conclusão de que não me é possível falsear a mesma, tendo que a aceitar como válida. Desta forma, e a título exemplificativo do aqui proposto, aplico este facto à análise harmônico-funcional do Lied Laß dich nur nicht dauern, opus 137, n.º 9, de Max Reger (ver aqui).
